Pescada de fricassé (da minha avó)
Pois é, hoje trago-vos outra receita de pescada. Por sinal, deliciosa e muito simples de fazer. Esta receita já vem da minha avó, o que significa que desde criança que como esta pescada de "fricassé". E lembro-me que, apesar de não gostar de pescada quando era miúda, adorava este prato. Os cozinhados da minha avó são sempre especiais. Primeiro, porque adorava e adoro a minha avó (mesmo que já não viva connosco); segundo, porque fazem parte das memórias das minhas papilas gustativas; terceiro, porque a minha avó era uma cozinheira excelente e, quarto, porque ela tinha o condão de fazer pratos deliciosos com pouca gordura. E, convenhamos, que - tretas à parte - a maioria dos pratos mais saborosos sempre é mais engordativa. Ok, é um facto que, hoje em dia, já podemos até fazer as mesmas receitas usando alguns ingredientes substitutos mais "saudáveis" mas o resultado, por agradável que seja, não é o mesmo... Por exemplo, as ermezetas não têm o sabor do açúcar... e por aí fora... Isto, para não dizer que já há por aí muitos médicos absolutamente contra produtos light, que acreditam ter muito mais químicos e outras "porcarias" ainda mais prejudiciais do que a gordura dos naturais, etc.. Pois, parece que chegámos um pouco ao tempo em que já nem sabemos bem o que, afinal, devemos escolher comer... O que é pior... Eu, na verdade, acredito que a "moderação" e opções equilibradas serão o mais acertado e não, propriamente, os tais substitutos... Bem sei que aqui coloco muitas receitas boas para elevar o colesterol e coisa e tal... e que as como (satisfeita da vida) mas, por exemplo, depois, tento intervalá-las com refeições mais leves e naturais (um peixinho grelhado apenas com salada, um hamburger grelhado com legumes...) ou com coisas "meio termo", como esta da pescada de fricassé... Pois, para que não digam que sou incoerente, agora aqui a falar de comer bem ou correctamente quando publico tantos doces e pratinhos com natas, ah ah ah! Isto é um blog que se pretende "bom garfo" :) Mas como não quero engordar a blogosfera, de vez em quando uma receitinha de uma garfada mais leve, parece-me sensato:) Também, desde já vos confesso: não vivo para comer e não deixo de viver para não comer. Explico: adoro coisas saborosas, deliciosas, calóricas... sou até rolicinha... mas mantenho alguma preocupação com a saúde. Estabeleci os meus próprios limites! E como sou mãe, também sinto alguma responsabilidade em tentar ensinar aos meus filhos o que lhes faz melhor e pior comer para a saúde deles.
Não sei porque me deu para este monólogo nutricionista... Bem, o mas o que importa - para aqui e agora - é que a minha avó fazia coisas apetitosas e - apesar de não ser muito idosa - pertencia a um tempo em que as comidas eram confeccionadas com ingredientes mais naturais e mais simples.
INGREDIENTES para cerca de 4 PESSOAS:
4 postas de pescada do Chile congeladas ou 6 a 7 medalhões de pescada (gosto da Iglo)
3 dentes de alho
2 cebolas
sal e azeite q.b.
1 raminho de coentros ou salsa (prefiro coentros)
PREPARAÇÃO:
Leve a pescada a cozer num tacho com água, sal, os alhos descascados e as cebolas descascadas e partidas em quartos. Ponha apenas água suficiente para cozer o peixe, não encha a panela. Depois da pescada cozida, escorra-a e retire-a para a travessa onde irá servir. Reserve.
Por essa altura, também a cebola já deveria estar translúcida... Acrescente um fio de azeite ao caldo das cebolas e alhos que tem na panela (mesmo com a água) e passe tudo com uma varinha mágica. Obtenha um creme liso, suave e esbranquiçado. Polvilhe esse molho com coentros ou salsa picados e verta-o por cima da pescada. Acompanhe esta pescada de fricassé com puré de batata.
Super rápido, super fácil, com um aspecto bonito... E melhor ainda: nada calórico, pelo contrário, uma comida saudável!
As crianças costumam gostar:)
DICA: Para fazer o molho, se achar que tem água a mais da cozedura, escorra um pouco para fora, ou seja, elimine um pouco de água. O molho não se pretende demasiado grosso mas também não se quer muito líquido. Outra ideia: se depois de o fazer achar, ainda assim, que está demasiado líquido, acrescente-lhe um pouco de farinha e, em lume brando, mexa até engrossar a seu gosto e sem deixar criar grumos.